sábado, 11 de dezembro de 2010

EXPRESSIONISMO

EDVARD MUNCH: EXPRESSIONISMO

O movimento artístico denominado Expressionismo surgiu na Alemanha, na cidade de Dresden, por volta de 1905, em oposição ao Impressionismo e ao cientismo de caráter anti-racionalista. A designação que lhe foi atribuída aplica-se a toda a arte em que se distorce a realidade, dando-lhe uma expressão trágica ou caricatural dos temas, deformando as imagens e empregando cores exuberantes e patéticas, em largas manchas de violento contraste, que lhes permite retratar a violência das paixões e as emoções pessoais e provocar nos espectadores reações da mesma ordem. Os pormenores encontram-se dispostos de uma forma muito ritmada e dinâmica. A noção de perspectiva é substituída pela organização do espaço e pela utilização de cores muito acentuadas que sugerem a profundidade e o modelado. Tenta-se exprimir as forças que agitam ou dilaceram a alma humana e as suas emoções interiores ou até uma visão muito pessoal do artista. É uma forma de expressão muito subjetiva em que os artistas estabelecem uma ligação afetiva com tudo o que representam. As suas obras têm, por isso, um caráter muito emotivo e tenso. Procura-se denunciar a alienação do Homem, a sua profunda solidão, através de uma linguagem imediata, brutal, agressiva, com uma violência quase primitiva, onde se procurava exprimir a angústia que tortura os indivíduos.Os seus seguidores procuravam essa linguagem elementar que devia possuir a força das linguagens primitivas, capaz de expressar as emoções mais profundas do Homem. Importava, antes de tudo, revelar a natureza orgânica dos seres, coisas ou objetos no que eles têm de confuso e irracional. A partir de 1908, os elementos do grupo começaram a abandonar Dresden, mudando-se para Berlim. Os seus trabalhos apresentavam semelhanças tão acentuadas que se tornava difícil distingui-los. Era um estilo monótono e linear de cores fortemente contrastadas. Este estilo foi bastante duradouro, sobretudo na Alemanha.Entre os artistas integrados nesta corrente, que foi especialmente marcado por Edvard Munch, destacam-se também: Otto Dix, Rouault, Soutine, Ludwig Kirchner, Heckel, Schmidt-Rottluff, Nolde, Pechstein, Otto Mueller e Oskar Kokoschk que praticou uma forma de Expressionismo mais independente. O pintor belga James Enson teve também algumas ligações com esta forma de arte, com as suas figuras macabras, encobertas por máscaras carnavalescas. O expressionismo flamengo reflete duas tendências diferentes: uma mística e simbólica representada por A. Servaes e G. van de Woestyne e outra mais sensual, ilustrada por Tytgat, De Smet e Permeke. Um outro expoente máximo do Expressionismo é Pablo Picasso. Este artista, considerado um dos maiores dos artistas contemporâneos, nasceu em Málaga mas mudou-se ainda bastante novo para Barcelona onde iniciou a sua formação.


Edvard Munch frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Oslo, vindo a ser influenciado por Courbet e Manet. No campo das ideias, o pensamento de Henrik Ibsen e Bjornson marcou o seu percurso inicial. A arte era considerada como uma arma destinada a lutar contra a sociedade. Os temas sociais estão assim presentes em O Dia Seguinte e Puberdade de 1886.
Com
A Menina doente (Das Kränke Mädchen - 1885) inicia uma temática que surgiria como uma linha de força em todo o seu caminho artístico. Fez inúmeras variações sobre este último trabalho, assim como sobre outras obras, e os seus sentimentos sobre a doença e a morte, que tinham marcado a sua infância (a mãe morreu quando ele tinha 5 anos, a irmã mais velha faleceu aos 15 anos, a irmã mais nova sofria de doença mental e uma outra irmã morreu meses depois de casar; o próprio Edvard estava constantemente doente), assumem um significado mais vasto, transformados em imagens que deixavam transparecer a fragilidade e a transitoriedade da vida.Edvard Munch Em Paris, descobre a obra de Van Gogh e Gauguin, e indubitavelmente o seu estilo sofre grandes mudanças.
Em
1892 o convite para expor em Berlim torna-se num momento crucial da sua carreira e da história da arte alemã. Inicia um projecto que intitula O Friso da Vida. Edvard Munch representou a dança em 1950.
Aos trinta anos ele pinta
O Grito, considerada a sua obra máxima, e uma das mais importantes da história do expressionismo. O quadro retrata a angústia e o desespero e foi inspirado nas decepções do artista tanto no amor quanto com seus amigos. O Grito é uma das peças da série intitulada The Frieze of Life [O Friso da Vida]. Os temas da série recorrem durante toda a obra de Munch, em pinturas como A Menina Doente (1885), Amor e Dor (1893-94), Cinzas (1894) e A Ponte. Rostos sem feições e figuras distorcidas fazem parte de seus quadros.
Em
1896, em Paris, interessa-se pela gravura, fazendo inovações nesta técnica. Os trabalhos deste período revelam uma segurança notável. Em 1914 inicia a execução do projecto para a decoração da Universidade de Oslo, usando uma linguagem simples, com motivos da tradição popular.
Munch retratava as mulheres ora como sofredoras frágeis e inocentes (ver
Puberdade e Amor e Dor), ora como causa de grande anseio, ciúme e desespero (ver Separação, Ciúmes e Cinzas). As últimas obras pretendem ser um resumo das preocupações da sua existência: Entre o Relógio e a Cama, Auto-Retrato de 1940. Toda a obra está impregnada pelas suas obsessões: a morte, a solidão, a melancolia, o terror das forças da natureza.

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